A participação das mulheres no mercado de trabalho ainda é uma questão que gera grande debate. Embora seja um fato que a diversidade gênero nas empresas evoluiu consideravelmente nos últimos anos, ela ainda parece estar longe do que seria ideal.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2019 apontam que a população brasileira é composta por 51,8% de pessoas que se identificam como mulheres, contra 48,2% identificadas como homens. Entretanto, apenas 14,3% dessas mulheres ocupam posições nos Conselhos de Administração das principais empresas do país, segundo o estudo Brasil Board Index 2021.

Isto significa que, mesmo compondo a maior parte da população, as mulheres ainda estão sub-representadas quando o assunto é assumir postos de liderança nas empresas. A diferença aumenta quando se considera pessoas negras e de outras etnias nessas posições, o que é outro ponto do debate da diversidade.

o que é a diversidade de gênero?

A questão da diversidade de gênero não engloba apenas o caráter bio-fisiológico de um indivíduo, que define o que seria uma pessoa de sexo masculino ou feminino. Do mesmo modo, a orientação sexual não define o gênero de uma pessoa.

O gênero está ligado ao papel do indivíduo na sociedade, que determina quais atividades são específicas para “homens” e quais são para “mulheres”. Entretanto, como é um fenômeno social, a diversidade de gênero se expande do padrão homem/mulher e engloba outros gêneros, como os transgêneros.

No mercado de trabalho, a diversidade de gênero ainda está muito relacionada à posição feminina nas empresas, uma vez que a participação de transgêneros muitas vezes é nula. Isto porque o preconceito ainda mantém transgêneros fora de grandes empresas e excluídos das maiores posições sociais.

o teto de vidro do mercado diverso

Ao tratar das dificuldades de um determinado grupo em alcançar o crescimento profissional, o termo “glass ceiling” (teto de vidro) é comumente citado. Ele designa uma espécie de barreira que não pode ser vista, mas que impede esse grupo de superar níveis em uma hierarquia. 

Essa barreira afeta principalmente grupos minorizados, como pessoas negras, LGBTQIA+ e, claro, mulheres, que embora estejam em um número similar aos dos homens na sociedade, ainda precisam lutar pelo seu lugar no mercado de trabalho. No Brasil, a visão de que a mulher é inferior ao homem para determinados trabalhos continua forte, principalmente entre indivíduos do gênero masculino.

Segundo uma pesquisa realizada pela Ipsos, há uma resistência de 31% dos homens quando colocados em uma posição subordinada a mulheres líderes, enquanto que apenas 24% das mulheres apresentam essa resistência. Esta visão impede que as mulheres sejam reconhecidas pelas suas competências no mercado.

a dupla jornada de trabalho da mulher

Outra barreira notável para a equidade de gênero se encontra dentro de casa. Mesmo quando uma mulher assume um cargo de liderança ou destaque em uma empresa, ela precisa lidar com o trabalho doméstico.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres passam cerca de 21,3 horas semanais realizando trabalhos domésticos, contra 10,9 horas gastas pelos homens com as mesmas atividades. 

Deste modo, mulheres precisam lidar com uma dupla jornada de trabalho, que ainda está ligada à mentalidade de que a mulher é uma cuidadora, que deve sempre estar voltada para a família e os filhos. Neste processo, mulheres trabalham mais dentro e fora de casa, uma vez que precisam provar sua competência perante seus colegas de trabalho para superar esses preceitos.

uma mudança na visão das empresas

Mesmo com todas essas questões, o fato é que as empresas estão cada vez mais abertas a terem mulheres em cargos de gestão e liderança. Embora parte disso esteja relacionado a uma pressão externa por aumentar a diversidade de gênero, há também uma transformação de pensamento no que diz respeito às lideranças.

No passado, um bom líder era avaliado apenas pelas suas aptidões técnicas. Hoje, soft skills como boa capacidade de relacionamento, empatia e proatividade, são bastante desejadas na hora de escolher líderes.

Tais características costumam estar associadas às mulheres, ainda que muitos homens também apresentem tais competências. O interessante, porém, é como os avaliadores identificam essas habilidades no momento de definir novos líderes - algo que pode trazer maior multiplicidade de gênero para cadeiras de liderança. 

Por isso, cada vez mais empresas estão recrutando para encontrar talentos diversos e fazer com que o ambiente de trabalho seja o mais plural possível. Na Randstad, você encontra diversas oportunidades disponíveis para todos, independente do gênero. Clique aqui para acessar nosso portal de vagas.