A disputa por talentos aumenta globalmente e a cada ano se torna mais complexa, devido à crescente lacuna de habilidades e à escassez de talentos. Sendo assim, é essencial que as empresas consigam identificar as tendências de RH e compreendam o alcance das mudanças em curso, buscando evoluir e adaptar a sua proposta de valor para os talentos.

O mundo do trabalho está em constante mudança. Diante disso, lançamos pela oitava vez consecutiva, nosso estudo Talent Trends 2023. A pesquisa entrevistou mais de 900 diretores e líderes de capital humano em organizações globais e regionais, em 18 mercados em todo o mundo. O estudo foi criado  para ajudar nossos clientes e a comunidade empresarial em geral a entender as principais tendências de atração de talentos para 2023. Confira abaixo as principais tendências e olhe através dos desafios atuais para construir um futuro sólido e sustentável:

1.  priorizar a criação de valor dos negócios

Os líderes de talentos têm desempenhado um papel crucial para permitir que as empresas operem em meio a desafios sem precedentes nos últimos dois anos. No entanto, à medida que a economia global se recupera e o ritmo de contratação desacelera, há mais oportunidades de criar valor a longo prazo para os negócios. De acordo com o estudo Talent Trends 2023, mais diretores e líderes de capital humano acreditam que as estratégias envolvendo talentos estão cada vez mais alinhadas aos negócios, devido a melhores processos de criação de valor, impacto e agilidade. Com novas prioridades emergindo, os líderes podem se concentrar nos aspectos fundamentais e esperar melhores resultados nos próximos anos.

2. superar a escassez de talentos proporcionando uma experiência significativa para o colaborador

Ganhar a confiança dos colaboradores é fundamental para construir uma força de trabalho sustentável. Empresas que se conectam de maneira autêntica com os colaboradores têm mais chances de sucesso na competição por talentos. Segundo estudos recentes, a experiência proporcionada ao talento se tornou mais importante para as organizações e 77% dos profissionais acreditam que os valores e o propósito de uma empresa são importantes ao selecionar um empregador. A concorrência acirrada acelerou essa mudança e estabeleceu novas expectativas entre a mão de obra e os empregadores.

3.  ser transparente e ter agilidade com a inteligência de talentos

O nosso estudo Talent Trends 2023, destaca a importância da análise de dados para a tomada de decisões estratégicas no RH, mas muitas organizações ainda enfrentam desafios para desenvolver ou implementar uma estratégia coerente. Analisar dados internos sobre colaboradores e dados do mercado externo pode ajudar as empresas a identificar necessidades de talentos atuais e futuras, habilidades disponíveis interna e externamente, competitividade em remuneração e benefícios, entre outros aspectos. Embora muitas empresas tenham equipes avançadas de ciência de dados, algumas estão apenas começando. 

4. otimizar os investimentos em tecnologia para intensificar a criação de valor

A inovação em RH tem atraído grande interesse e investimento nos últimos anos, mas sua complexidade pode ser preocupante. Ferramentas que aprimoram a experiência do talento são excelentes, mas adotar novas tecnologias sem estratégia pode levar a maior complexidade e recursos obsoletos, distraindo as equipes de RH das atividades de criação de valor.

5. desbloquear o potencial dos colaboradores por meio da mobilidade interna 

Mesmo com recursos limitados, as empresas precisam continuar inovando e aprimorando suas propostas de valor para não se tornarem irrelevantes em um mercado competitivo. Uma opção é investir em uma estratégia de mobilidade interna, redefinindo o trabalho, identificando habilidades e implementando iniciativas de upskilling e reskilling para preparar os colaboradores para as demandas atuais e futuras da empresa.

6. criar um mecanismo de aprendizagem e desenvolvimento que amplie o desempenho dos negócios

A necessidade de habilidades especializadas continua mesmo com a redução de contratações. A digitalização está mudando a forma como as empresas operam e a cultura do local de trabalho, resultando em um novo paradigma para treinamento e capacitação de colaboradores. Os conjuntos de habilidades profissionais mudaram 25% desde 2015 e mudarão 41% até 2025. A demanda por habilidades avançadas de análise de dados nos EUA aumentou mais de 15 vezes mais rápido entre 2012 e 2021 do que a demanda por habilidades médias. As habilidades em TI, gestão de projetos e engenharia mudaram 70% desde 2015, enquanto as de vendas mudaram 60%.

7.  liderar com compaixão durante a reestruturação

A crise econômica gerada pela pandemia levou muitas empresas a realizarem demissões em massa, especialmente no setor de tecnologia, que registrou mais de 216 mil cortes desde 2022, e provavelmente continuará em 2023. Embora a necessidade de cortes seja compreensível, é importante que as empresas tratem seus colaboradores de maneira justa e cuidadosa, preservando seus valores corporativos. A reestruturação deve ser vista como uma oportunidade de cuidar dos talentos que permanecem na empresa, garantindo que estejam preparados para as demandas imediatas e futuras. As empresas devem ter em mente que empregar pessoas envolve uma responsabilidade corporativa e é importante olhar para o lado humano durante uma reestruturação.

8.  transformar programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) em ações impactantes

Priorizar a diversidade, equidade e inclusão (DEI) é uma das melhores formas de os líderes de capital humano exercerem um impacto tangível e significativo em suas organizações. Em um estudo recente, 81% dos empregadores afirmaram que as políticas de DEI fazem parte de suas estratégias de talentos e são parte integrante de tudo o que fazem, enquanto 78% acreditam que sua estratégia de DEI é extremamente importante para os colaboradores e um diferencial para atrair os melhores talentos. Além disso, dois terços das empresas dizem que as políticas de DEI exerceram um impacto positivo em seus negócios no ano passado e 30% estão se concentrando em fortalecer sua estratégia de DEI para impulsionar a contratação, especialmente diante da escassez de talentos.

9.  investir em ações de bem-estar, principalmente em épocas de forte estresse 

Profissionais em todo o mundo enfrentaram uma série de desafios nos últimos três anos, desde crises existenciais e ameaças à saúde até inflação e condições econômicas incertas. Como resultado, os níveis de estresse atingiram um recorde global. Com o aumento das horas de trabalho e as demandas intensas, as pessoas se preocupam com a possibilidade de a crise persistir, de não conseguir acompanhar as mudanças do mercado de trabalho e de perder a flexibilidade no emprego. Nesse contexto, os empregadores têm a responsabilidade de ajudar os colaboradores a gerenciar o bem-estar para o benefício de todos.

10. impulsionar a sustentabilidade por meio do conceito ambiental, social e de governança (ESG) como diferencial para os colaboradores

A inspiração de um senso de propósito, significado e realização no trabalho é uma das formas mais eficazes de manter os colaboradores comprometidos. As organizações estão cada vez mais promovendo suas estratégias ESG para manter as pessoas comprometidas e atrair candidatos. Mesmo em meio a condições econômicas incertas, os profissionais continuam buscando um trabalho que tenha propósito e cumpra uma missão.