maria-sayd
maria-sayd

Foi através do grupo no Facebook “Indique uma mina” que Maria Sayd conseguiu o emprego trabalho temporário como recepcionista em eventos do Meza Bar, estabelecimento de Andressa Cabral, que fica no Humaitá, na Zona Sul do Rio. O encontro das duas é resultado da ação de uma terceira, Juliana Ricci: ela é a criadora da rede virtual voltada exclusivamente para mulheres que buscam ou ofertam vagas de trabalho.

Tendência na era digital, as comunidades para divulgação de chances de emprego são divididas por vários segmentos — para ninguém ficar fora dessa.

— Eu faço parte de grupos feministas. Um dia, estava num de couchsurfing, em que as meninas oferecem ou procuram lugares para ficar durante viagens, e me veio a ideia: por que a gente também não tem um grupo assim para empregos? — conta Juliana, que explica sobre o funcionamento da rede: — A única forma de anunciar uma vaga é enviando para a moderação (feita também por Elisa Vasconcelos e Anastácia Demartini). Analisamos o posto e a empresa. Só depois é postada pelo perfil. Pois não adianta colocar um monte de vagas que vão explorar ainda mais as mulheres.

O grupo “Indique uma mina” reúne hoje mais de 97 mil membros, divulga de 150 a 200 oportunidades por semana e é responsável por diversas histórias, como a de Maria e Andressa — comemorada por ambos os lados. A proximidade entre recrutadoras e candidatas possibilita ver além de “habilidades” e “conhecimentos técnicos”.

— Desde que o “Indique uma mina” virou nosso parceiro, começamos a receber gente que realmente tinha nosso perfil, identidade com a marca e estava interessada — afirma a dona do bar.

À lista de prós do caminho virtual é acrescentada a rapidez para a candidatura.

— Eu já consegui trabalhos em outros grupos também. No Meza Bar, faço atendimento em eventos. Mas já trabalhei em produção de cinema em outros lugares — conta Maria Sayd.

 

Espaços segmentados

A Randstad, empresa de soluções em Recursos Humanos, já usa — assim como a empreendedora Andressa Cabral — os canais virtuais para divulgar oportunidades. Segundo a coordenadora de marketing Juliana Palermo, porém, o Facebook é mais usado para o anúncio de vagas operacionais e com maior volume. No caso de uma busca por postos de liderança, fazer um perfil na rede social profissional LinkedIn ainda é o mais indicado.

— No Facebook, anunciamos na nossa página e em grupos. Procuramos grupos por regiões, por exemplo. Ou, se é uma vaga para estágio, mapeamos as faculdades da área em que estamos para anunciar nas comunidades dos alunos delas. Os recortes nos permitem ser mais assertivos nas buscas — afirma a coordenadora de marketing, falando sobre os resultados e dando uma dica aos recrutadores: — Quando utilizamos mídias sociais, conseguimos triplicar o número de candidatos a uma vaga. Dizer qual a empresa que está contratando também aumenta o índice.

Há ainda grupos segmentados por área de formação e profissional (como o “Estágios e empregos em design”). Em qualquer um dos espaços, o ansioso por uma chance deve tomar certos cuidados.

— É recomendável verificar a procedência: se é uma vaga real, se a empresa existe. Pesquisar é a primeira dica — diz Juliana.

Ela dá orientações de comportamento para os candidatos:

— As redes sociais, da mesma forma que oferecem informação com mais rapidez, geram mais exposição. Claro que isso varia muito de acordo com cada consultor e a forma como recrutam: nem todos olham o perfil da pessoa no Facebook. Mas, de fato, outros observam. E tem alguns comportamentos que queimam o filme do candidato, como postar conteúdos muito inúteis e um certo tipo de fotos. A gente tenta entender a posição do candidato, que está num momento de muita ansiedade, mas insistências e não aceitar que a devolutiva foi negativa também não é bom, por exemplo.

 

Confira as dicas

Dúvida - Ficou com alguma dúvida sobre a vaga anunciada? Perguntar por inbox (e não na postagem) ajuda o recrutador a dar mais atenção.

Feedback - Espere ao menos uma semana para pedir feedback e não seja insistente ou grosseiro. A proximidade da rede social não é desculpa para esses comportamentos.

Reclamações - Não reclame de colegas ou de chefes antigos nos grupos. Isso demonstra imaturidade.

Linguagem - O espaço virtual não deve ser visto como um passaporte para erros de ortografia, uso de gírias e palavrões.

Seu perfil - Além dos cuidados nos grupos, é bom prestar atenção em seu perfil no Facebook, que fica mais exposto ao recrutador. O parceiro da Sociedade Brasileira de Coaching (SBCoaching) Márcio Manincor recomenda: “Qual é a imagem de um profissional que ocupa a vaga com a qual você sonha? É essa imagem que você deve mostrar a quem o encontra. Dessa mesma forma, cuide de sua rede social para que isso sirva como uma ferramenta, e não como uma armadilha. Portanto, cuide de seus posts, imaginando que seu chefe ou que a pessoa que o indicaria a uma grande vaga pode estar observando”.

Fotos - Evite fotos que exponha momentos muito íntimos ou constrangedores — em que apareça você ou terceiros.