As tendências na logística estão redefinindo o modo como produtos circulam, negócios se conectam e consumidores vivenciam suas compras. Se você atua (ou quer atuar) nesse setor, entender essas mudanças é importante para se manter atualizado.
Segundo a Precedence Research, o mercado global de logística deve saltar de US$ 11,23 trilhões em 2025 para US$ 23,14 trilhões até 2034.
Esse avanço reflete não só o crescimento do comércio global, mas também a transformação das cadeias logísticas diante de novas demandas, tecnologias e inovações.
Neste artigo, vamos explicar como funciona o setor, apresentar as nove principais tendências na logística que estão moldando esse cenário e mostrar como você (ou sua empresa) podem se preparar para adotá-las.
Se você quer entender o futuro da logística e descobrir como se posicionar melhor nesse mercado em expansão, aproveite a leitura!
Como funciona o setor de logística?
A logística é a área responsável por planejar, executar e controlar o fluxo de materiais e informações desde a origem até o consumidor final. Na prática, o setor é a engrenagem que mantém o funcionamento de qualquer negócio que lida com produtos físicos.
Esse processo envolve diversas etapas, que precisam estar bem integradas para garantir eficiência e uma boa experiência ao cliente. São elas:
- planejamento da demanda
- aquisição de insumos
- recebimento e conferência
- armazenagem
- gestão de estoques
- separação de pedidos (picking)
- embalagem
- transporte
- distribuição
- pós-venda e devoluções
Com o avanço do e-commerce desde o pós-pandemia e a expectativa por entregas cada vez mais rápidas, a logística passou a ser estratégica também para áreas como marketing e experiência do consumidor.
Afinal, uma entrega bem-sucedida fortalece a imagem da marca, enquanto, por outro lado, atrasos ou falhas podem ser prejudiciais à reputação da mesma empresa.
E esse movimento é uma das razões que explica o crescimento do setor: segundo a Precedence Research, o mercado global de logística deve passar de US$ 11,23 trilhões em 2025 para US$ 23,14 trilhões até 2034.
Quais são as principais tendências na logística?
A seguir, listamos as principais tendências na logística no Brasil e no mundo:
- Inteligência Artificial (IA)
- Sustentabilidade
- ESG
- Last mile
- automação e digitalização de processos logísticos
- Análise preditiva
- Internet das Coisas (IoT)
- Experiência do cliente
- Blockchain
- Logística reversa
Vamos agora conferir, em mais detalhes, cada uma dessas tendências na logística:
1. Inteligência Artificial (IA)
Embora a Inteligência Artificial (IA) já esteja presente em muitas operações logísticas, a tecnologia continua evoluindo e ganhando novas aplicações — e resolvendo velhos problemas.
Nesse cenário, o investimento em soluções de IA no setor logístico brasileiro deve ultrapassar US$ 5 bilhões até 2027, segundo um relatório de 2023 da consultoria McKinsey.
A expectativa é que essas soluções ajudem a resolver problemas de infraestrutura e promover uma cadeia logística mais colaborativa e integrada.
Na prática, a IA pode ser aplicada em:
- planejamento de rotas inteligentes, otimizando tempo e consumo de combustível;
- gerenciamento de estoques, com alertas automáticos sobre níveis críticos;
- previsão de demanda, baseada em padrões históricos e comportamento de compra;
- análise de dados operacionais para redução de custos;
- monitoramento de cargas em tempo real, integrando sensores e análise preditiva para prever problemas antes que aconteçam.
2. Sustentabilidade
Como uma tendência na logística, a sustentabilidade envolve o uso consciente de recursos, redução de desperdícios e a busca por operações com menor impacto ambiental.
A pressão de consumidores, investidores e órgãos reguladores tem colaborado para que empresas adotem práticas mais responsáveis em toda a cadeia.
Um exemplo é a Amazon, que, segundo reportagem da revista Exame, lidera a compra de energia renovável no Brasil e vem expandindo sua logística sustentável.
3. ESG
ESG é a sigla para os pilares ambiental (Environmental), social (Social) e de governança (Governance). No contexto logístico, essas práticas envolvem uma série de iniciativas, como:
- Ambiental: redução de emissões, uso de embalagens recicláveis, rotas otimizadas;
- Social: condições dignas de trabalho para motoristas e operadores logísticos, inclusão e diversidade;
- Governança: transparência nos contratos com fornecedores, conformidade regulatória e ética nos negócios.
Para citar um exemplo, podemos voltar à Amazon. Em parceria com a empresa de logística sustentável To Do Green, a gigante do varejo opera 24 estações de entrega com motos e vans elétricas, substituindo veículos à combustão.
Essa mudança permitiu alcançar 98 cidades do interior de São Paulo, como Sorocaba, Taubaté e Ribeirão Preto.
4. Last mile
O termo last mile (última milha) se refere à etapa final da entrega de um produto até o consumidor. É uma das fases mais críticas da operação logística, já que tem alta complexidade e impacto direto na experiência do cliente.
Dentro das tendências na logística, a última milha tem sido impulsionada por desafios como congestionamentos urbanos, tentativas de entrega malsucedidas e altos custos operacionais.
Como resposta, muitas empresas estão investindo em:
- pontos de retirada inteligentes (lockers);
- modais logísticos alternativos, como bicicletas e veículos elétricos;
- tecnologia de rastreamento em tempo real, para mais transparência e conveniência.
A eficiência na última milha é decisiva para fidelizar o cliente e reduzir custos operacionais.
5. Automação e digitalização de processos logísticos
Com a crescente demanda por eficiência, agilidade e redução de erros, as empresas estão investindo em tecnologias que substituem processos manuais por sistemas automatizados e integrados.
Na prática, isso significa:
- automação de centros de distribuição, com robôs e esteiras inteligentes que aceleram a separação e o envio de pedidos;
- sistemas de WMS (Warehouse Management System) que otimizam o uso do espaço controlam estoques em tempo real;
- digitalização de documentos de transporte e rastreamento automatizado, que garantem mais segurança e visibilidade na cadeia logística;
- plataformas de gestão integrada (TMS, ERP) para conectar diferentes áreas e parceiros logísticos.
5. Análise preditiva
A análise preditiva é uma das tendências na logística que usa dados históricos, inteligência artificial e algoritmos para antecipar comportamentos futuros.
Essa tecnologia permite decisões mais estratégicas e ágeis, com impacto direto na eficiência operacional.
Aplicações práticas incluem:
- previsão de demanda, ajustando estoques com base em sazonalidade e tendências de consumo;
- manutenção preditiva de frotas, que reduz paradas inesperadas e melhora o aproveitamento dos veículos;
- gestão de riscos, identificando antecipadamente gargalos na cadeia de suprimentos, como atrasos ou rupturas;
- otimização de estoques, reduzindo custos com excesso ou falta de produtos.
6. IoT
A Internet das Coisas (IoT) na logística é o uso de dispositivos conectados à internet para coletar, transmitir e analisar dados em tempo real ao longo da cadeia logística.
Esses dispositivos (sensores, etiquetas RFID e câmeras) ajudam a monitorar cargas, ativos e ambientes com mais precisão. Entre as aplicações mais comuns, estão:
- rastreamento em tempo real de frotas e mercadorias, oferecendo visibilidade completa do percurso;
- controle de temperatura e umidade em cargas sensíveis, como medicamentos e alimentos;
- sensores em armazéns para acompanhar níveis de estoque, detectar falhas em equipamentos e acionar alertas automáticos;
- integração com sistemas de ia, possibilitando ações corretivas imediatas com base em dados ao vivo.
7. Experiência do cliente
A logística tem um papel cada vez mais importante na experiência do cliente. Afinal, não basta vender bem — é preciso entregar bem. Bons prazos, transparência, cuidado com o produto e comunicação durante a entrega influenciam diretamente a percepção da marca.
As empresas que cuidam dessa etapa criam uma jornada mais fluida e positiva, o que ajuda na fidelização e no marketing boca a boca.
Não por acaso, muitos negócios têm integrado suas áreas de logística e CX (Customer Experience) para garantir consistência do começo ao fim.
8. Blockchain
Além das criptomoedas, o blockchain vem ganhando espaço na logística. O objetivo é aumentar a transparência, a segurança e a rastreabilidade em toda a cadeia de suprimentos.
A tecnologia, que registra informações em blocos conectados e imutáveis, facilita para que todos os envolvidos tenham acesso a dados confiáveis e em tempo real.
Ainda em fase de adoção mais ampla, o blockchain promete transformar a forma como as empresas lidam com seus dados logísticos.
9. Logística reversa
A logística reversa cuida do caminho inverso: quando o produto volta da casa do cliente para a empresa — seja por devolução, troca, descarte ou reaproveitamento.
Essa prática tem ganhado cada vez mais relevância, tanto por exigências legais quanto pela pressão de consumidores por ações mais sustentáveis.
Alguns exemplos de aplicação desse processo são:
- devoluções no e-commerce, com coleta em domicílio ou pontos de entrega;
- recolhimento de embalagens e resíduos, como baterias, eletrônicos ou produtos químicos;
- reprocessamento de materiais, com reaproveitamento ou reciclagem;
- gestão de produtos com defeito ou vencidos, que precisam ser retirados do mercado.
Além de reduzir impactos ambientais e custos operacionais, a logística reversa reforça o compromisso da marca com a responsabilidade socioambiental.
Leia mais: 4 principais tendências de RH e Supply Chain na logística
Como aderir às tendências do setor logístico?
Para se adaptar às tendências da logística, é preciso construir uma estratégia gradual, alinhada aos objetivos do negócio e às demandas do mercado. Para começar esse movimento, confira algumas orientações:
- Mapeie processos, identifique gargalos e analise dados para entender onde estão as maiores oportunidades de ganho.
- Tecnologias como automação de armazéns, rastreamento em tempo real e sistemas de gestão (WMS, TMS) são boas portas de entrada para digitalizar a operação.
- Integre as áreas e fortaleça a colaboração interna; marketing, vendas, atendimento e logística precisam atuar juntos para garantir uma experiência fluida ao cliente.
- Nenhuma inovação se sustenta sem pessoas preparadas. Promova treinamentos e incentive a cultura de melhoria contínua.
- Incentive a capacitação com cursos e certificações como logística 4.0, supply chain management, CPIM e programas de formação.
- Monitore indicadores, avalie os resultados com regularidade e esteja aberto a adaptar a rota.
- Explore as diversas áreas da logística para alavancar talentos: operações, transporte, cadeia de suprimentos, planejamento e tecnologia são alguns dos caminhos com posições que vão de analista a gestor.
Na Randstad, nós acreditamos no poder do talento para impulsionar a logística do futuro. Por isso, conectamos pessoas às melhores vagas nas melhores empresas do setor.
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Conclusão
As tendências na logística refletem um setor em constante evolução, impulsionado por tecnologia, sustentabilidade e pela busca por uma experiência cada vez melhor para o cliente.
Mais do que acompanhar inovações, as empresas precisam estar preparadas para implementá-las de forma estratégica. E os profissionais que atuam nessa área também têm muito a ganhar ao se manterem atualizados e conectados com esse movimento.
E, neste cenário, a Randstad tem orgulho de se posicionar como parceira do talento em toda a sua jornada, aproximando pessoas das melhores oportunidades nas empresas que estão moldando o futuro da logística.
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