O que é avaliação de desempenho senão uma tentativa de aproximar pessoas e metas? Mas, quando essa prática se resume a notas ou rankings, o efeito pode ser o oposto.

Quantos talentos você já viu se desligarem porque não se sentiram ouvidos? Quantas vezes a avaliação virou apenas um check na lista da gestão?

O desafio hoje não é saber o que avaliar, mas como transformar esses dados em ações que promovam melhorias e abram caminho para as transformações do futuro do trabalho, que inclusive bate à porta. 

Neste artigo, exploramos como avaliações bem conduzidas podem fortalecer vínculos, antecipar movimentos e construir ambientes em que o desempenho é apenas uma das formas de medir o que importa.

E se você quer estar ainda mais preparado para as decisões que vêm pela frente, baixe gratuitamente o Talent Trends 2025, o estudo global da Randstad com insights de mais de 1.060 líderes de RH e executivos sobre o futuro da liderança de talentos.

o que é avaliação de desempenho?

A avaliação de desempenho é uma avaliação sistemática em que as empresas olham com mais profundidade para o que está sendo construído por seus times. 

A análise engloba tanto os comportamentos quanto os resultados entregues pelos profissionais, com base em critérios claros e alinhados à cultura organizacional e aos objetivos do negócio.

Na essência, essa avaliação ajuda a responder perguntas fundamentais: o que cada pessoa tem entregue? De que forma? Quais competências estão sendo colocadas em prática? E como tudo isso contribui para o sucesso da organização?

De um ponto de vista teórico, Idalberto Chiavenato, um dos autores mais reconhecidos na área de gestão de pessoas, explica que essa avaliação considera quatro aspectos principais: 

  • resultados obtidos;
  • desempenho demonstrado;
  • competências individuais aplicadas;
  • fatores críticos de sucesso da empresa. 

São esses elementos que tornam possível enxergar o potencial de cada colaborador e tomar decisões com base em dados consistentes.

por que realizar a avaliação de desempenho nas empresas?

Toda empresa que deseja evoluir precisa entender, com clareza, como seus talentos estão atuando. A avaliação de desempenho é o caminho para isso. Quando feita de forma estruturada, ela revela o impacto das pessoas na cultura, nos resultados e no futuro do negócio.

Aqui na Randstad, acompanhamos de perto as mudanças no comportamento dos profissionais. O estudo Workmonitor 2025, por exemplo, revelou que 41% das pessoas deixariam seus empregos se não tivessem acesso a oportunidades de aprendizado e desenvolvimento. 

Esse dado evidencia um movimento importante: talentos querem crescer. E esperam que as empresas criem condições reais para isso acontecer.

É nesse ponto que a avaliação de desempenho se torna indispensável. Ela oferece insumos para promover conversas construtivas, identificar necessidades de desenvolvimento, reconhecer entregas e ajustar expectativas de forma transparente. 

E mais: quando bem conduzida, contribui para reduzir pedidos de desligamento, prevenir conflitos e fortalecer o engajamento.

Quando os profissionais se sentem reconhecidos e têm clareza sobre seu desenvolvimento, o senso de pertencimento cresce. E isso faz toda a diferença na atração e retenção de talentos

Inclusive, esse foi o tema do segundo episódio do nosso podcast Talentos além do cargo, com a participação de Felipe Calbucci, CEO da TotalPass. Confira como foi essa conversa:

principais tipos de avaliação de desempenho

Existem diversas formas de conduzir a avaliação de desempenho dentro das organizações. As principais são: 

  • Autoavaliação
  • Avaliação 90 graus
  • Avaliação 180 graus
  • Avaliação 360 graus
  • Avaliação por competências

Cada uma dessas metodologias traz um olhar específico sobre o desempenho e pode ser combinada com outras práticas de gestão de talentos para potencializar os resultados. 

A seguir, apresentamos esses tipos de avaliação utilizados no mercado, explicando como cada um funciona e em que contextos pode ser mais efetivo:

autoavaliação

A autoavaliação convida o colaborador a refletir sobre sua própria performance, pontos fortes e aspectos a desenvolver. 

Essa é, portanto, uma ferramenta poderosa de autoconhecimento, que estimula a responsabilidade individual e a consciência sobre o próprio papel dentro da equipe. 

Quando combinada com outras avaliações, ela enriquece o diálogo entre gestor e profissional, promovendo uma troca mais transparente e produtiva. 

Mas, para funcionar bem, esse modelo exige uma cultura de confiança e um ambiente seguro para que as pessoas possam se expressar com honestidade.

avaliação 90°

Na avaliação 90 graus, o feedback vem exclusivamente da liderança direta do colaborador. É um modelo bastante utilizado por sua simplicidade e objetividade. Por isso, é indicado para empresas que estão estruturando seus processos de gestão de desempenho. 

Como o foco está na visão do gestor, essa abordagem permite avaliar metas, comportamentos e entregas com base na proximidade do dia a dia. 

Embora seja prática, pode ser limitada por não trazer outras perspectivas. Por isso, costuma ser enriquecida com outros formatos em empresas mais maduras.

avaliação 180°

Na avaliação 180 graus, o desempenho do colaborador é analisado a partir de dois pontos de vista: o dele próprio (autoavaliação) e o da sua liderança direta. 

Ou seja, é uma troca de percepções que contribui para alinhar expectativas e construir um plano de desenvolvimento mais realista e colaborativo. 

Quando bem conduzida, a comparação entre os dois olhares gera bons insights, corrige desalinhamentos e fortalece o diálogo. 

Por isso, esse modelo é indicado quando o objetivo é promover mais transparência, responsabilização e engajamento no processo de desenvolvimento profissional.

avaliação 360°

A avaliação 360 graus é uma das mais completas, porque envolve feedbacks de diferentes níveis da organização: gestores, colegas, subordinados (quando aplicável) e até clientes internos. 

Essa abordagem proporciona uma visão ampla do desempenho, considerando diferentes interações e contextos. Por isso, é indicada para empresas que já têm uma cultura de feedback bem desenvolvida e que valorizam a escuta ativa como parte da liderança. 

Apesar de mais complexa de se colocar em prática, por mobilizar diferentes pessoas, essa avaliação traz ganhos em maturidade, engajamento e desenvolvimento de competências.

avaliação por competências

Finalmente, a avaliação por competências foca na análise das atribuições essenciais para o cargo e para a cultura da empresa, como liderança, colaboração, pensamento analítico ou orientação para resultados. 

Mais do que avaliar o “o que” foi entregue, esse tipo de avaliação investiga “como” os resultados foram alcançados. 

Por exemplo: dois profissionais podem bater a mesma meta, mas apenas um demonstrou iniciativa, colaboração e postura alinhada aos valores da organização. É isso que essa avaliação busca identificar. 

Infográfico explicando os principais tipos de avaliação de desempenho: autoavaliação, 90°, 180°, 360° e por competências.
Infográfico explicando os principais tipos de avaliação de desempenho: autoavaliação, 90°, 180°, 360° e por competências.

Leia mais: 3 dicas importantes para dar feedbacks mais construtivos

como garantir uma avaliação transparente e eficaz?

Para que a avaliação de desempenho realmente contribua para o crescimento das pessoas e do negócio, alguns cuidados fazem toda a diferença. 

  • Defina critérios claros e objetivos, sempre alinhados à cultura e às metas da empresa.
  • Mantenha uma periodicidade regular, seja com avaliações trimestrais, semestrais ou anuais.
  • Capacite os líderes para conduzir conversas com comunicação assertiva, empatia, escuta ativa e foco construtivo.
  • Abra espaço para feedbacks mútuos, promovendo, assim, um ambiente de confiança.
  • Documente o processo para ter rastreabilidade e apoiar decisões futuras.

o que evitar em um processo de avaliação de desempenho?

Mesmo com boas intenções, alguns erros podem comprometer a credibilidade da avaliação. Veja os principais:

  • Usar critérios vagos ou subjetivos.
  • Se basear apenas em percepções recentes (efeito halo ou memória de curto prazo).
  • Deixar de registrar os resultados e feedbacks.
  • Ignorar a escuta do colaborador durante o processo.
  • Realizar avaliações apenas por obrigação, sem um propósito claro.
  • Falta de preparo dos líderes para conduzir conversas sensíveis.
  • Tratar todos os cargos com os mesmos parâmetros, sem considerar suas especificidades.

Leia também: employer branding: entenda o conceito e os impactos na retenção de talentos

a importância dos resultados para a gestão de pessoas

Profissionais de RH em reunião discutindo o que é avaliação de desempenho e sua importância para definir decisões da gestão de talentos.
Profissionais de RH em reunião discutindo o que é avaliação de desempenho e sua importância para definir decisões da gestão de talentos.

O RH vive hoje um cenário desafiador. De um lado, as exigências do negócio por mais performance e agilidade. Do outro, profissionais conscientes do que esperam e mais ainda do que não aceitam mais. No meio disso tudo, ainda existe a pressão por inovação, mesmo com recursos limitados.

É nesse contexto que os resultados da avaliação de desempenho podem fazer a diferença. Afinal, são insumos estratégicos que orientam o setor a tomar decisões mais precisas, identificar oportunidades de desenvolvimento e alinhar o potencial humano aos rumos da organização.

E com base nesses mesmos dados é possível ir além da gestão tradicional. Um exemplo disso é a pixelização do trabalho, um modelo em que as funções são fragmentadas e reorganizadas com base nas habilidades reais de cada profissional, e não apenas em cargos fixos. 

Para que isso funcione na prática, é necessário ter informações claras sobre o que cada pessoa entrega, como se comporta e quais competências possui. Ou seja: sem avaliação de desempenho, não há base para esse tipo de inovação.

Na Randstad, acompanhamos de perto a transformação do trabalho. Como a maior consultoria de soluções de talentos do mundo, ajudamos empresas de todos os portes na estratégia de talentos mais assertiva para o seu negócio. 

Conheça nossas soluções especializadas e descomplique a gestão de RH da sua empresa.

conclusão

  • A avaliação de desempenho é uma prática antiga, mas que vem se reinventando para acompanhar as transformações do mundo do trabalho.
  • Existem diferentes modelos de avaliação, como a autoavaliação, as análises 90°, 180° e 360°, além da avaliação por competências. 
  • Um processo bem estruturado exige critérios claros, regularidade, espaço para feedbacks e preparo da liderança.
  • Erros como falta de escuta e empatia ou avaliações genéricas podem comprometer toda a credibilidade da prática.
  • Os resultados das avaliações não devem ficar na gaveta: eles são insumos para transformações e inovações na gestão de pessoas.

Quer ter acesso a conteúdos como este? Inscreva-se na newsletter da Randstad e atualize-se mensalmente!